sexta-feira, 20 de novembro de 2009

E a centelha virou chama



Mantendo a média de uma publicação por mês, vamos a de novembro.

No domingo passado tive a oportunidade de assistir ao documentário It Might Get Loud (A Todo Volume) que conta a história e particularidades de três grandes guitarristas: Jimmy Page (Led Zeppelin), The Edge (U2) e Jack White (The White Stripes, The Raconteurs e The Dead Weather). O filme é imperdível para qualquer pessoa que goste de guitarra e de rock, mas vai agradar também quem gosta de música de modo geral. Saí do cinema feito um menino feliz da vida por ter ganhado sua primeira guitarra.

Foi muito interessante perceber as diferenças de estilos de tocar e de compor, bem como as motivações e o desenvolvimento da técnica. Vou comentar um pouco sobre cada um.

Jack White (JW)

Impagável o início do documentário quando JW coloca dois pregos numa tábua, liga um captador e tira um som daquele "instrumento". Ao final ainda diz "quem disse que você precisa de comprar uma guitarra?" Em outro trecho ele diz que tirou todos os móveis do quarto na adolescência, inclusive a cama, para colocar dois jogos de bateria, amplificadores, guitarras e gravadores.

Ele destaca a influência do blues no seu estilo e sua opção pela simplicidade musical. Achei interessante ele dizer que procura por instrumentos rudes e díficeis de tocar, mas que tenham personalidade, com os quais ele tem que "brigar" para conseguir tirar o som. JW se destaca pela identidade visual e musical que criou para si e para banda.

The Edge

The Edge é um mago dos processadores de efeitos e pesquisa incessantemente até conseguir reproduzir "o som que está na minha (dele) cabeça". Ele consegue transformar um riff simples e sem graça num riff potente e marcante após inserir vários efeitos. The Edge certamente não é dos guitarristas mais virtuosos que existem, mas criou um estilo próprio.

Ele comenta como a cena política e econômica da Irlanda no final dos anos 70 influenciou as primeiras músicas do U2. Achei legal ele dizendo que poderia ser um trabalhador qualquer hoje em dia se não tivesse respondido ao anúncio que o baterista Larry Mullen Jr. colocou no mural da escola procurando integrantes para uma banda de rock.

Jimmy Page

Simplesmente um monstro! Extremamente virtuoso, criativo e técnico, resultado de anos trabalhando como músico profissional de estúdio, a ponto de corrigir The Edge numa jam que ele fizeram - "não pode ser Dó aqui!". hahaha

O que mais me chamou atenção nele foi ver seus olhos brilhando ao comentar sobre músicas que influenciaram sua carreira. Parecia um garoto vibrante e não um senhor de 65 anos! Hilária a cena em que ele toca um "air guitar". Em outro trecho ele diz que percebe os vocais (no caso de Robert Plant) apenas como um outro instrumento compondo a melodia e não pela letra em si, o que é bem parecido com o que eu penso.

A frase do título foi dita por ele ao comentar sobre o momento em que o Led Zeppelin "explodiu" para o público.

Apesar dos estilos e motivações diferentes, uma coisa comum entre os três guitarristas é a paixão verdadeira pela música. Fica claro que nenhum deles começou a tocar com o objetivo de se tornar uma celebridade, mas simplesmente pela música. E viva o roquenrol!!!