quarta-feira, 27 de maio de 2009

Easy Rider


Corrigi uma falha grave em minha biografia neste último fim de semana. Finalmente assisti Easy Rider (Sem Destino, 1969), um filme praticamente obrigatório para qualquer pessoa apaixonada por motos, principalmente as estradeiras.
 
O filme escrito, dirigido e estrelado por Peter Fonda e Dennis Hopper, conta a história de dois amigos que ganharam algum dinheiro com o tráfico de drogas e resolveram viajar de moto sem destino certo ou data para chegar em algum lugar. Retrata a cultura hippie da época (bebidas e drogas a vontade) e mostra um pouco do preconceito com aqueles que tentavam levar a vida de uma forma diferente.
 
Tenho que confessar - quase que o Peter Fonda me fez vender a moto ao fim da sessão. O cara oferece carona para dois caras (em diferentes momentos, diga-se de passagem) que vão sorridentes e abraçadinhos na garupa da sua moto. Em outra cena, faz cara de nojo e de ciúmes do amigo quando os dois vão a um prostíbulo.

De forma geral, o enredo do filme é fraco e mal costurado, com poucos e vazios diálogos. O final do filme me pareceu um pouco acidental (sem trocadilhos), a impressão é de que eles não sabiam como terminar. O destaque do filme é, sem dúvida, a atuação de Jack Nicholson, com cara de louco desde aquela época. 
 
Mas não tem como não se emocionar ao ouvir Born to Be Wild cantado por Steppenwolf (letra e música de Mars Bonfire - eu não sabia!) na cena em que os dois saem de moto pelas estradas norte-americanas. 
 
Born to Be Wild
 
Get your motor runnin'
Head out on the highway
Lookin' for adventure
And whatever comes our way
Yeah Darlin' go make it happen
Take the world in a love embrace
Fire all of your guns at once
And explode into space

Foto 1: internet
Foto 2: E.G.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Frase do dia

Foto: Manifestante

"Essa tal de internete é muito fofoqueira."

Dona Goiandira do Couto,
artista plástica, 93 anos.

Passei o carnaval deste ano na cidade de Goiás e tive a oportunidade de conhecer a obra de Dona Goiandira, uma artista plástica reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho de pintura com areia.

Logo que entrei no atelier surgiu uma senhora simpática e cheia de vida. Ainda não sabia, mas era a própria Dona Goiandira que veio dar as boas vindas e falar sobre a sua técnica. Lá pelas tantas ela comentou sobre uns franceses que vieram visitá-la (ou entrevistá-la, não me lembro exatamente), e já sabiam de quase tudo da sua vida por meio da internete, e soltou essa frase.

Ela tem razão. A internete é muito fofoqueira.

A cada dia cresce o número de casos de pessoas que tiveram sua vida pessoal invadida ou mesmo que tiveram perdas financeiras em razão de crimes cometidos pela internete. Os exemplos são vários: agressões por meio de comentários anônimos, divulgação de fotos e vídeos íntimos sem autorização, criação de perfis falsos e golpes financeiros.

Fiquei sabendo do caso de uma menina de 14 nos que teve suas fotos nuas divulgadas na internete e que obviamente foram vistas por todos os seus colegas de sala de aula. A família dela teve que se mudar da pequena cidade do sul do país, abandonar parentes e amigos e passar a viver no anonimato para que sua filha não fosse prejudicada ainda mais. Fico pensando sobre os efeitos psicológicos que ela vai enfrentar.

Não estou questionando a internete em si como meio de comunicação e fonte de informações, cujos benefícios são evidentes e superam os pontos negativos, mas é óbvio que nossa privacidade ficou mais exposta desde seu advento. Qualquer um pode ter sua vida devassada hoje em dia. Com poucos dados é possível conseguir informações detalhadas sobre uma pessoa, onde estudou, local de trabalho, qual foi sua tese de mestrado, hobbies e quem sabe até uma foto.

Nós mesmos agimos como se tudo que está na internete fosse público, como se não houvesse um dono. Talvez porque a rede é difusa, não tem uma cara definida. Copiamos um texto aqui, uma foto ali e compartilhamos uma música acolá. Entretanto, muitas vezes somos inocentes com nossas próprias informações, como se nossa privacidade estivesse protegida. Preenchemos inúmeros cadastros, compartilhamos nosso endereço de e-mail e colocamos informações pessoais e fotos em sites de relacionamentos. Um prato cheio para pessoas invejosas e com más intenções e que se escondem na covardia do anonimato.

Se antigamente a fofoqueira ficava nas janelas das casas observando o movimento da rua e comentando sobre a vida alheia, com a internete ela está em todo lugar. Portanto, cuidado! Provavelmente tem uma fofoqueira te observando nesse momento.

:P

domingo, 17 de maio de 2009

Mudaram as regras de trânsito e não me avisaram



Uma das coisas que mais tem me irritado em Brasília ultimamente é o trânsito. O crescimento rápido e desordenado da cidade, aliado a maior oferta de crédito, resultaram numa frota de mais de 1 milhão de veículos nas ruas. A média na capital é de quase 1 carro para cada 2 habitantes! Provavelmente maior que a de muitos países desenvolvidos. Diariamente pode-se observar as situações mais absurdas e inusitadas. Todos estão estressados, parece que cada motorista é um serial killer em potencial pronto para atacar.

No caminho para o trabalho, tenho reparado que a faixa de maior velocidade no Eixão Norte é a da direita, e não a da esquerda como era de se supor! Até onde me recordo, o Código de Trânsito diz que a faixa da esquerda é destinada à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade. Imagino que as pessoas que ficam retendo o trânsito na faixa da esquerda devem pensar que têm esse direito por estarem dirigindo na velocidade máxima da pista (quando não em velocidade inferior). Se esquecem que o "apressadinho" que está no carro de trás pode estar levando algum doente ou grávida para o hospital, pode estar atrasado para uma reunião importante ou para buscar o filho na escolha, ou, simplesmente, se sente o piloto de corridas. Não importa o motivo, quem fiscaliza o trânsito é o Detran e não você. Vamos lá, não custa nada, dê passagem se o carro detrás estiver em maior velocidade.

Outro coisa enigmática é porque quase ninguém usa a seta, imagino que seja item opcional na maioria dos carros em circulação. A seta serve para indicar a intenção de virar ou de mudar de faixa. Seu uso facilita o trânsito e evita acidentes. Apenas para lembrar, a seta apenas indica intenção, e não dá o direito de mudar de faixa só porque foi usada. Eu garanto que sua mão não vai cair se você usá-la.

Quem nunca teve a desagradável surpresa de encontrar um carro parado atrás do seu que estava corretamente estacionado numa vaga? O pior é que geralmente o sem-noção aparece com a maior cara de "tô nem aí" após vários minutos de sinfonia de uma nota só com a buzina. Como esse, podemos citar inúmeros exemplos: o desrespeito com pedestres e ciclistas, a falta de bom senso daqueles que fecham cruzamento, pessoas dirigindo agressivamente, etc.

O trânsito está precisando de mais educação, civilidade e cordialidade. Dê passagem para o carro que quer está saindo da tesourinha ou que quer mudar de faixa, você também vai precisar alguma vez. Que tal pedir desculpas quando você faz uma besteira, ao invés de mostrar o dedo ou soltar um sonoro palavrão. Gentileza, essa é a palavra.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Show do Oasis - Anhembi, SP - 09/05/2009

Hoje vou comentar sobre o show do Oasis em São Paulo no último fim de semana.

A abertura ficou por conta da banda gaúcha Cachorro Grande. Já tinha ouvido falar dos caras mas ainda não havia escutado. Me pareceu interessante pelo pouco que eu consegui ouvir, o ajuste de som estava sofrível, chegando a falhar algumas vezes. Provavelmente a chuva chata que caia desde que chegamos ao Anhembi contribuiu.

Pontualmente as 22hs, e sem chuva, o Oasis subiu ao palco. Aliás, a pontualidade parece ser uma característica das bandas internacionais, foi assim também no show do Iron Maiden, o que deveria ser copiado pelas bandas brasileiras em respeito ao público. O repertório mesclou músicas das várias fases da banda, exceto as do disco Be Here Now, com algumas do mais recente e excelente álbum Dig Out Your Soul. Imperdoável a ausência de Bag It Up, na minha opinião a melhor música desse disco.

A qualidade do som não estava ótima, a bateria se destacava em relação à voz e aos outros intrumentos. Já o baixo sumia em algumas músicas e "estourava" em outras. Se o ajuste do som não estava bom, a iluminação do palco foi perfeita, criando o clima certo para cada música. Uma coisa que tem me incomodado nos últimos shows que fui é a altura do palco, se fosse um pouco mais alto facilitaria a visão de todos (eu sou baixo mas tenho direito de ver o show também - kkkk).

O Liam sempre com aquele jeito marrento de ser e com o ego maior do que ele mesmo. Deu piti, com razão, quando arremessaram uma garrafa no palco. Já o Noel foi mais simpático e praticamente o único que saldou a platéia ao final o show. Por incrível que pareça o destaque da banda não foi nenhum dos Gallagher mas sim o baterista Cris Sharrock, que se juntou a banda recentemente. Cris conduziu a bateria com muita precisão e energia, e até fez malabarismo com as baquetas.



O público acompanhou a maioria das músicas, inclusive as mais novas, e berrou com toda força Champagne Supernova, Wonderwall e Don´t Look Back in Anger. A platéia pedia Live Forever nos intervalos entre as músicas mas não foi atendida.

Pontos positivos - iluminação do palco, o baterista Cris Sharrock, pontualidade
Pontos negativos - ajuste do som, a ausência de Bag It Up

De forma geral, foi um show muito bom e valeu o ingresso. Como dizem: It's just rock'n'roll!!

Manifestante

PS: fotos D.G.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Aqui tudo começa

Ao contrário do que o título pode supor, este blog não tem como objetivo persuadir, nem é uma declaração pública de princípios e intenções, e muito menos quer alertar sobre um problema ou fazer uma denúncia pública de um problema (menos ainda de cunho político).

É apenas um canal para expressar meu ponto de vista sobre assuntos variados. Ele dá forma as palavras que não foram ditas.

Não sei dizer a frequência das atualizações, minha boa intenção pretende fazer semanalmente, mas não sei se o tempo e a preguiça permitirão. Pode até ser a primeira e única postagem ...

Aqui você vai encontrar um pouco do que faz parte de mim - música, viagens, reflexões sobre a vida, fotos, frases do dia e até mesmo textos de outras pessoas.

E para começar, retribuo a gentileza com um texto lindo de uma pessoa mais que especial na minha vida e super talentosa com as palavras.

A vida é boa...sinto, constantemente, vontade de tocá-la, pegá-la com as duas mãos, olhá-la de frente!!!

O sol é bom quando não é de rachar, a chuva quando não devasta e todo ruído pode virar música. Ver, ouvir, saborear, tocar, cheirar...sucessão de felicidades, que muitas vezes não valorizamos. Mesmo os pesares, mesmo as dores, mesmo o cansaço, tudo isso tem um sabor de vida. Mesmo na dor a vida se apresenta cheia de cores, nuances e matizes.

Acho que somos "condenados" a viver, e então devemos viver avidamente. E qualquer vida é um canto de regozijo. E não se trata aqui de um otimismo fácil, ingênuo e cego. Tenho também meus momentos de cansaço, de cólera, de fastio, mas reina em mim uma vitalidade feliz, uma alegria de todo meu ser. Por que valorizar a vida só na sua fragilidade?

Quero celebrá-la sempre, fruir e deleitar-me com o fato de existir. Só viver...o que não é pouco! Não vale a pena o desgosto, a lassidão, o amargor, a neurose que mortifica. Vale a vida com toda sua grandeza.(E até com essa sombra do perecer). A morte é para todos e morre-se todos os dias, a cada instante de cada dia. A vida é pungente porque morre... dessa morte que escava, espera e ameaça. Saber viver é também saber perder, sofrer, e não quero um xarope de ilusão...Eu prefiro a verdade, ela é bonita demais!

D.G.