sexta-feira, 20 de novembro de 2009

E a centelha virou chama



Mantendo a média de uma publicação por mês, vamos a de novembro.

No domingo passado tive a oportunidade de assistir ao documentário It Might Get Loud (A Todo Volume) que conta a história e particularidades de três grandes guitarristas: Jimmy Page (Led Zeppelin), The Edge (U2) e Jack White (The White Stripes, The Raconteurs e The Dead Weather). O filme é imperdível para qualquer pessoa que goste de guitarra e de rock, mas vai agradar também quem gosta de música de modo geral. Saí do cinema feito um menino feliz da vida por ter ganhado sua primeira guitarra.

Foi muito interessante perceber as diferenças de estilos de tocar e de compor, bem como as motivações e o desenvolvimento da técnica. Vou comentar um pouco sobre cada um.

Jack White (JW)

Impagável o início do documentário quando JW coloca dois pregos numa tábua, liga um captador e tira um som daquele "instrumento". Ao final ainda diz "quem disse que você precisa de comprar uma guitarra?" Em outro trecho ele diz que tirou todos os móveis do quarto na adolescência, inclusive a cama, para colocar dois jogos de bateria, amplificadores, guitarras e gravadores.

Ele destaca a influência do blues no seu estilo e sua opção pela simplicidade musical. Achei interessante ele dizer que procura por instrumentos rudes e díficeis de tocar, mas que tenham personalidade, com os quais ele tem que "brigar" para conseguir tirar o som. JW se destaca pela identidade visual e musical que criou para si e para banda.

The Edge

The Edge é um mago dos processadores de efeitos e pesquisa incessantemente até conseguir reproduzir "o som que está na minha (dele) cabeça". Ele consegue transformar um riff simples e sem graça num riff potente e marcante após inserir vários efeitos. The Edge certamente não é dos guitarristas mais virtuosos que existem, mas criou um estilo próprio.

Ele comenta como a cena política e econômica da Irlanda no final dos anos 70 influenciou as primeiras músicas do U2. Achei legal ele dizendo que poderia ser um trabalhador qualquer hoje em dia se não tivesse respondido ao anúncio que o baterista Larry Mullen Jr. colocou no mural da escola procurando integrantes para uma banda de rock.

Jimmy Page

Simplesmente um monstro! Extremamente virtuoso, criativo e técnico, resultado de anos trabalhando como músico profissional de estúdio, a ponto de corrigir The Edge numa jam que ele fizeram - "não pode ser Dó aqui!". hahaha

O que mais me chamou atenção nele foi ver seus olhos brilhando ao comentar sobre músicas que influenciaram sua carreira. Parecia um garoto vibrante e não um senhor de 65 anos! Hilária a cena em que ele toca um "air guitar". Em outro trecho ele diz que percebe os vocais (no caso de Robert Plant) apenas como um outro instrumento compondo a melodia e não pela letra em si, o que é bem parecido com o que eu penso.

A frase do título foi dita por ele ao comentar sobre o momento em que o Led Zeppelin "explodiu" para o público.

Apesar dos estilos e motivações diferentes, uma coisa comum entre os três guitarristas é a paixão verdadeira pela música. Fica claro que nenhum deles começou a tocar com o objetivo de se tornar uma celebridade, mas simplesmente pela música. E viva o roquenrol!!!






quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Tudo isso começou há um ano atrás

Há um ano atrás era tudo muito diferente, as coisas não tinham o colorido que têm hoje. Muito menos esse gosto suave e amargo descendo gostoso pela boca como cerveja em dia quente de verão. Quem diria essa textura macia. Quanta coisa mudou nesse ano.
 
Sou muito grato pela vida, por ela ter feito nossos caminhos se cruzarem. Agradeço você por ter me recebido, me aceitado, me Amado e ter ajudado a me tornar uma pessoa melhor. Agradeço por poder participar da sua vida, te Amar e te ajudar, no que eu puder, a te tornar uma pessoa melhor.
 
Uma coisa que eu posso dizer é que esse ano não passou em branco, não passou em vão. E que seja só o início de infinitos anos que virão, porque minha senilidade é tua. Sim, sou romântico inveterado, mas esse é o mais sincero dos desejos - passar o resto da minha vida com você nesse levada fácil e num ritmo frenético de um bom rock'n'roll. Claro que o Amor é brega, e eu também sou, por isso posso dizer: Eu te Amo!
 
Deixo um texto que eu escrevi sobre esse mágico dia 28 de outubro de 2008, que você já postou no blog antigo, mas que tomo a liberdade de repetir. 
 
E no dia 28 de outubro de 2008, eles finalmente se beijaram. De forma um pouco tímida no início, apenas o encontro dos lábios, era para ser apenas um beijo no rosto de despedida, e depois ardentemente. Ficaram rindo sem graça. Ele estava super nervoso, tremia. Ela também, mas só admitiria depois. Tudo começou com uma cervejinha no Beirute da 107 Norte. Ela chegou um pouco atrasada, estava agitada e fazia anotações na agenda de tempos em tempos. Contou toda a vida dela em detalhes como se fossem íntimos. Ele saiu direto do trabalho e esperava por ela fingindo estar tranqüilo, mas era ansiedade pura por dentro. Falou pouco, como de costume, mas sentiu uma agradável inquietação no peito. Fazia um calor fora do normal nesse dia. O bar fervilhava mas parecia que só existiam os dois. Ele estava morrendo de vontade de beijá-la, tocava a mão dela e observava com atenção as tatuagens, a boca e os olhos. Na saída, ele, gentil e oportunista, se ofereceu para acompanhá-la até o carro. O resto vocês já sabem. Ali ele teve certeza que estava se iniciando uma grande história de amor. E assim foi o dia 28 de outubro de 2008, um dos dias mais quentes de todos os tempos em Brasília.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O momento decisivo

Uma coisa que me intriga e fascina é o momento decisivo. Eu chamo de momento decisivo aquele momento que altera complentamente o rumo de nossas vidas, geralmente de forma abrupta. Um segundo depois a vida já não é mais a mesma, e nem poderia ser. 
 
É claro que todas nossas ações e omissões afetam nosso destino de algum modo. Mas não falo aqui dos momentos triviais de nossa vida e sim daqueles que nos transformam e, muitas vezes, não só a nós, pois repercutem na vida de outras pessoas. Entretanto, o momento decisivo não é necessariamente um ato grandioso como uma cena de filme de Hollywood, pode ser algo simples. Simples sim, mas não banal. A mudança que ele traz pode ser positiva, nos impulsionando para novos patamares, ou pode ser um fardo insuportável de se carregar.
 
O momento decisivo pode ser o xis que você marcou na hora de se inscrever para o vestibular, quando você rebeldemente escolheu o curso de Arquitetura ao invés de seguir os conselhos do seu pai para fazer Direito. Pode ser aquele sinal vermelho que você avançou provocando uma tragédia, alterando irremediavelmente a sua vida e a do motorista do outro carro.
 
Quando ocorrem acidentes de avião, é muito comum aparecerem histórias de pessoas que perderam o vôo e assim escaparam da morte. E se ela tivesse chegado um minuto mais cedo? E se ela não tivesse dado um beijo demorado de despedida na pessoa amada?
 
Me lembro de um conhecido, pessoa comum, classe média, não era nenhum marginal, mas que teve seu momento decisivo numa noite de sábado ao se envolver em uma briga e desferir um soco fatal no oponente. A incapacidade de sair da situação e de conter a raiva lhe rendeu vários anos na prisão e sua vida nunca mais foi a mesma.
 
Outra história que me ocorreu aconteceu comigo. Era um domingo e eu havia combinado de entregar uma encomenda que trouxe do exterior para um amigo. Eu não estava num dia bom e sem vontade alguma de sair de casa. Enrolei, cheguei a pegar o telefone para desmarcar o compromisso, mas não tive coragem e nem forças. Pois nesse dia tive a grata surpresa de conhecer a irmã do meu amigo que viria a se tornar a mulher da minha vida. Daquele dia em diante minha vida não foi mais a mesma, e nem poderia ser. E se eu tivesse desmarcado o encontro? E se ela não tivesse ido?

domingo, 5 de julho de 2009

Felicidade em algumas palavras


  
domingo - acordar tarde - sol de inverno
 

 


passeio de moto - namorada linda - rock 'n' roll
  



 
cerveja - pôr do sol - Amor
 
Fotos: Manifestante
 
PS: sou obrigado a citar novamente a banda goiana Black Drawing Chalks pelo grande show realizado neste domingo

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Você se lembra?

Um dia desses, num momento de nostalgia, estava tentando me lembrar qual foi o primeiro disco que eu comprei. Não o primeiro disco que eu ganhei de presente, mas aquele que eu tive que juntar a mesada para conseguir comprar. Na época ainda era LP (long play). Fiquei frustrado por não conseguir me lembrar, minha memória nunca foi meu forte mesmo.

O primeiro disco que eu me lembro de ter gostado de verdade, e que influenciou meu gosto musical dali em diante, foi Nós Vamos Invadir sua Praia do Ultraje a Rigor. Isso lá em 1985. Na verdade, o disco era de um primo meu e eu peguei emprestado para gravar em fita K-7. A combinação de letras debochadas e rock and roll foi perfeita, num disco que praticamente todas músicas tocaram exaustivamente na rádio. Foi nessa época que deu um estalo na minha cabeça "é isso que eu gosto" e junto veio a vontade de aprender a tocar guitarra.

Outro disco que foi importante nessa fase inicial, e que ouvi até quase furar, foi O Concreto já Rachou da Plebe Rude. Esse sim comprado por mim e também de 1985. Era a época do "Rock Brasília, explode Brasil", a Legião Urbana já fazia algum sucesso mas eu preferia as letras contestadoras e as músicas mais pesadas e bem trabalhadas da Plebe. Depois vieram Led Zeppelin, Jimi Hendrix, Iron Maiden, U2, Guns and Roses, etc ..

Se não lembro do primeiro disco que comprei, me recordo perfeitamente do primeiro show. Acreditem ou não foi um show do Gilberto Gil na época da música Punk da Periferia. Os pais de um amigo meu iam ao show e nos chamaram para ir. Foi no ginásio Nilson Nelson e lembro bem como fiquei fascinado com aquilo tudo - o som, as luzes, o palco e a platéia.

Também me lembro bem do primeiro show que fui sozinho, foi um show dos Titãs na época da turnê Cabeça Dinossauro. Fiquei bem assustado, tanto o visual do palco como as músicas eram meio macabras, sinistras e agressivas. Foi a primeira vez que eu vi alguém cheirando loló, a primeira vez que vi alguém desmaiando de tanto fumar maconha e a primeira vez que vi uma porrada num show. Mas não fiquei traumatizado. kkkkk

E você, qual foi o primeiro disco que você comprou ou aquele que te deu o "estalo"? E qual foi o primeiro show?

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Frase do dia

“Sarney tem história suficiente para que não seja tratado como uma pessoa comum”.
Presidente Lula

O Presidente Lula que me desculpe, mas discordo dele. Aliás, eu penso exatamente o contrário. Todos temos que ser tratados como pessoas comuns, ou seja, com respeito e dignidade, e que têm direitos e obrigações. A lei deveria ser aplicada de forma igual à todos. Não é porque o Sarney é ex-Presidente da República e atual Presidente do Senado que deve ser tratado de forma diferente.

Se ele, ou seus antecessores, cometeram irregularidades no cargo, devem ser investigados e punidos, se for o caso. A situação é, no mínimo, estranha e passível de crítica, pois não é admissível a existência de atos secretos no serviço público. Isso afronta diretamente a Constituição e os Princípios da Administração Pública.

Já o Presidente Lula age de acordo com a máxima “aos amigos tudo, aos inimigos o rigor da lei”. Até quando vamos ser o país do “você sabe com quem está falando”?

Recentemente tivemos um exemplo desse tipo de comportamento em Brasília, de pessoas que, travestidas do seu cargo, se acham superiores aos mortais. Um subprocurador-geral do DF se envolveu em um acidente de trânsito, estava aparentemente embriagado, fugiu do local do acidente, ameaçou policiais e vítima, e finalmente foi preso por desacato à autoridade. Tudo devidamente filmado. Certamente essa cena deve ser rotineira na cidade onde muitos se julgam “otoridade”.
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Outro exemplo em que uns são mais iguais do que os outros, e que me causa revolta, é o tal do foro previlegiado para parlamentares. Até onde eu sei, foi criado com o objetivo proteger os parlamentares de perseguição política. Louvável e justificável para o bem da democracia, mas daí a servir como escudo para crimes comuns, como um assassinato ou um acidente de trânsito, não faz o menor sentido. Como alterar isso se os responsáveis pela alteração são os mesmos beneficiados pela situação atual?
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Sou brasileiro com orgulho, mas precisamos mudar algumas coisas em nossa cultura, esses são alguns exemplos. O mínimo que podemos fazer é não agirmos da mesma forma e educarmos nossos filhos no mesmo caminho.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Feliz dia dos namorados!!



Preta, aqui vai uma surpresinha para você. Não queria que esse dia passasse em branco já que não posso estar ao seu lado.

Que sina a nossa, hein! Passarmos o primeiro dia dos namorados longe fisicamente um do outro. Mas sei que você entende e, além do mais, celebramos diariamente o nosso namoro.

Me faltam habilidades poéticas, então serei direto e simples: EU TE AMO MUITO! Esses oito meses juntos têm sido de muita felicidade e crescimento.

Que este post possa te acalentar a alma e fazer sentir minha presença. Fique com meu abraço e beijo carinhosos.
Amo! Muito!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Procura-se uma banda de verdade


Um dia desses eu estava passando o canal da televisão aleatoriamente e parei num vídeo de uma dessas bandas novas que eu não me lembro o nome. O som das guitarras distorcidas e o visual da banda me chamaram à atenção de início. A decepção veio no segundo seguinte. Não sentia nenhuma verdade nas letras, na atitude, em nada! Era tudo tão ensaiado, tão pré-fabricado e com um gosto de "já vi isso antes".

O baterista estava sem camisa e ostentava o corpo coberto de tatuagens, provavelmente todas elas realizadas numa única sessão e com os motivos do momento. Fazia movimentos vigorosos para tocar uma batida simples. O guitarrista se sacodia como o Angus Young e fazia pose na hora do solo de uma nota só. O baixista tinha cabelo de emo e usava maquiagem pesada e borrada. O vocalista, com a barba cuidadosamente mal feita, contorcia o rosto na hora do refrão que invariavelmente terminava uma das duas palavras "vocêêêêê" ou "amooooor" [ler com entonação na última sílaba]. A câmera deu um close na sua garganta mostrando as veias saltadas. Apesar disso, não senti verdade na letra e nem na música .

Cadê a rebeldia roqueira, a contestação? Onde estão as críticas ao sistema? Brincadeiras à parte, não penso que o rock tenha que ser ideológico, mas precisa ter uma razão legítima para existir, nem que seja apenas por pura diversão. Antigamente as bandas eram formadas por amigos da rua que tocavam por falta de opção de lazer ou apenas para se expressarem. Por mais ingênua e romântica que seja essa imagem, a vontade de mudar o mundo era genuína. O sonho dessas bandas era gravar um cd (fita demo, na época) e fazer shows.

Hoje me parece que o sonho de algumas bandas é gravar um vídeo para tocar na televisão e se transformarem em celebrides instantâneas. A música é um mero coadjuvante. Quais delas estarão na ativa daqui a cinco anos? Quantas sobreviverão ao segundo disco? Quase tive um enfarto quando vi uma entrevista com um vocalista de uma dessas bandas que disse que o ídolo dele é o Caetano Veloso? Pára o mundo, onde estamos? Não gosto do Caetano Veloso, respeito a importância e o trabalho dele, mas daí para ser ídolo de banda de rock and roll tem uma distância grande.

Felizmente tive um alento no último fim de semana. Vi algumas bandas no festival Rolla Pedra e me impressionei com duas delas, uma de Goiânia (Black Drawing Chalks) e outra do Ceará (Red Run). Tocaram rock and roll puro e da melhor qualidade. É difícil explicar, mas é fácil sentir a verdade e a energia dessas bandas ao vivo. Vida longa ao rock and roll!

It's a Long Way to The Top (if you wanna rock n' roll)!! \m/

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Easy Rider


Corrigi uma falha grave em minha biografia neste último fim de semana. Finalmente assisti Easy Rider (Sem Destino, 1969), um filme praticamente obrigatório para qualquer pessoa apaixonada por motos, principalmente as estradeiras.
 
O filme escrito, dirigido e estrelado por Peter Fonda e Dennis Hopper, conta a história de dois amigos que ganharam algum dinheiro com o tráfico de drogas e resolveram viajar de moto sem destino certo ou data para chegar em algum lugar. Retrata a cultura hippie da época (bebidas e drogas a vontade) e mostra um pouco do preconceito com aqueles que tentavam levar a vida de uma forma diferente.
 
Tenho que confessar - quase que o Peter Fonda me fez vender a moto ao fim da sessão. O cara oferece carona para dois caras (em diferentes momentos, diga-se de passagem) que vão sorridentes e abraçadinhos na garupa da sua moto. Em outra cena, faz cara de nojo e de ciúmes do amigo quando os dois vão a um prostíbulo.

De forma geral, o enredo do filme é fraco e mal costurado, com poucos e vazios diálogos. O final do filme me pareceu um pouco acidental (sem trocadilhos), a impressão é de que eles não sabiam como terminar. O destaque do filme é, sem dúvida, a atuação de Jack Nicholson, com cara de louco desde aquela época. 
 
Mas não tem como não se emocionar ao ouvir Born to Be Wild cantado por Steppenwolf (letra e música de Mars Bonfire - eu não sabia!) na cena em que os dois saem de moto pelas estradas norte-americanas. 
 
Born to Be Wild
 
Get your motor runnin'
Head out on the highway
Lookin' for adventure
And whatever comes our way
Yeah Darlin' go make it happen
Take the world in a love embrace
Fire all of your guns at once
And explode into space

Foto 1: internet
Foto 2: E.G.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Frase do dia

Foto: Manifestante

"Essa tal de internete é muito fofoqueira."

Dona Goiandira do Couto,
artista plástica, 93 anos.

Passei o carnaval deste ano na cidade de Goiás e tive a oportunidade de conhecer a obra de Dona Goiandira, uma artista plástica reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho de pintura com areia.

Logo que entrei no atelier surgiu uma senhora simpática e cheia de vida. Ainda não sabia, mas era a própria Dona Goiandira que veio dar as boas vindas e falar sobre a sua técnica. Lá pelas tantas ela comentou sobre uns franceses que vieram visitá-la (ou entrevistá-la, não me lembro exatamente), e já sabiam de quase tudo da sua vida por meio da internete, e soltou essa frase.

Ela tem razão. A internete é muito fofoqueira.

A cada dia cresce o número de casos de pessoas que tiveram sua vida pessoal invadida ou mesmo que tiveram perdas financeiras em razão de crimes cometidos pela internete. Os exemplos são vários: agressões por meio de comentários anônimos, divulgação de fotos e vídeos íntimos sem autorização, criação de perfis falsos e golpes financeiros.

Fiquei sabendo do caso de uma menina de 14 nos que teve suas fotos nuas divulgadas na internete e que obviamente foram vistas por todos os seus colegas de sala de aula. A família dela teve que se mudar da pequena cidade do sul do país, abandonar parentes e amigos e passar a viver no anonimato para que sua filha não fosse prejudicada ainda mais. Fico pensando sobre os efeitos psicológicos que ela vai enfrentar.

Não estou questionando a internete em si como meio de comunicação e fonte de informações, cujos benefícios são evidentes e superam os pontos negativos, mas é óbvio que nossa privacidade ficou mais exposta desde seu advento. Qualquer um pode ter sua vida devassada hoje em dia. Com poucos dados é possível conseguir informações detalhadas sobre uma pessoa, onde estudou, local de trabalho, qual foi sua tese de mestrado, hobbies e quem sabe até uma foto.

Nós mesmos agimos como se tudo que está na internete fosse público, como se não houvesse um dono. Talvez porque a rede é difusa, não tem uma cara definida. Copiamos um texto aqui, uma foto ali e compartilhamos uma música acolá. Entretanto, muitas vezes somos inocentes com nossas próprias informações, como se nossa privacidade estivesse protegida. Preenchemos inúmeros cadastros, compartilhamos nosso endereço de e-mail e colocamos informações pessoais e fotos em sites de relacionamentos. Um prato cheio para pessoas invejosas e com más intenções e que se escondem na covardia do anonimato.

Se antigamente a fofoqueira ficava nas janelas das casas observando o movimento da rua e comentando sobre a vida alheia, com a internete ela está em todo lugar. Portanto, cuidado! Provavelmente tem uma fofoqueira te observando nesse momento.

:P

domingo, 17 de maio de 2009

Mudaram as regras de trânsito e não me avisaram



Uma das coisas que mais tem me irritado em Brasília ultimamente é o trânsito. O crescimento rápido e desordenado da cidade, aliado a maior oferta de crédito, resultaram numa frota de mais de 1 milhão de veículos nas ruas. A média na capital é de quase 1 carro para cada 2 habitantes! Provavelmente maior que a de muitos países desenvolvidos. Diariamente pode-se observar as situações mais absurdas e inusitadas. Todos estão estressados, parece que cada motorista é um serial killer em potencial pronto para atacar.

No caminho para o trabalho, tenho reparado que a faixa de maior velocidade no Eixão Norte é a da direita, e não a da esquerda como era de se supor! Até onde me recordo, o Código de Trânsito diz que a faixa da esquerda é destinada à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade. Imagino que as pessoas que ficam retendo o trânsito na faixa da esquerda devem pensar que têm esse direito por estarem dirigindo na velocidade máxima da pista (quando não em velocidade inferior). Se esquecem que o "apressadinho" que está no carro de trás pode estar levando algum doente ou grávida para o hospital, pode estar atrasado para uma reunião importante ou para buscar o filho na escolha, ou, simplesmente, se sente o piloto de corridas. Não importa o motivo, quem fiscaliza o trânsito é o Detran e não você. Vamos lá, não custa nada, dê passagem se o carro detrás estiver em maior velocidade.

Outro coisa enigmática é porque quase ninguém usa a seta, imagino que seja item opcional na maioria dos carros em circulação. A seta serve para indicar a intenção de virar ou de mudar de faixa. Seu uso facilita o trânsito e evita acidentes. Apenas para lembrar, a seta apenas indica intenção, e não dá o direito de mudar de faixa só porque foi usada. Eu garanto que sua mão não vai cair se você usá-la.

Quem nunca teve a desagradável surpresa de encontrar um carro parado atrás do seu que estava corretamente estacionado numa vaga? O pior é que geralmente o sem-noção aparece com a maior cara de "tô nem aí" após vários minutos de sinfonia de uma nota só com a buzina. Como esse, podemos citar inúmeros exemplos: o desrespeito com pedestres e ciclistas, a falta de bom senso daqueles que fecham cruzamento, pessoas dirigindo agressivamente, etc.

O trânsito está precisando de mais educação, civilidade e cordialidade. Dê passagem para o carro que quer está saindo da tesourinha ou que quer mudar de faixa, você também vai precisar alguma vez. Que tal pedir desculpas quando você faz uma besteira, ao invés de mostrar o dedo ou soltar um sonoro palavrão. Gentileza, essa é a palavra.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Show do Oasis - Anhembi, SP - 09/05/2009

Hoje vou comentar sobre o show do Oasis em São Paulo no último fim de semana.

A abertura ficou por conta da banda gaúcha Cachorro Grande. Já tinha ouvido falar dos caras mas ainda não havia escutado. Me pareceu interessante pelo pouco que eu consegui ouvir, o ajuste de som estava sofrível, chegando a falhar algumas vezes. Provavelmente a chuva chata que caia desde que chegamos ao Anhembi contribuiu.

Pontualmente as 22hs, e sem chuva, o Oasis subiu ao palco. Aliás, a pontualidade parece ser uma característica das bandas internacionais, foi assim também no show do Iron Maiden, o que deveria ser copiado pelas bandas brasileiras em respeito ao público. O repertório mesclou músicas das várias fases da banda, exceto as do disco Be Here Now, com algumas do mais recente e excelente álbum Dig Out Your Soul. Imperdoável a ausência de Bag It Up, na minha opinião a melhor música desse disco.

A qualidade do som não estava ótima, a bateria se destacava em relação à voz e aos outros intrumentos. Já o baixo sumia em algumas músicas e "estourava" em outras. Se o ajuste do som não estava bom, a iluminação do palco foi perfeita, criando o clima certo para cada música. Uma coisa que tem me incomodado nos últimos shows que fui é a altura do palco, se fosse um pouco mais alto facilitaria a visão de todos (eu sou baixo mas tenho direito de ver o show também - kkkk).

O Liam sempre com aquele jeito marrento de ser e com o ego maior do que ele mesmo. Deu piti, com razão, quando arremessaram uma garrafa no palco. Já o Noel foi mais simpático e praticamente o único que saldou a platéia ao final o show. Por incrível que pareça o destaque da banda não foi nenhum dos Gallagher mas sim o baterista Cris Sharrock, que se juntou a banda recentemente. Cris conduziu a bateria com muita precisão e energia, e até fez malabarismo com as baquetas.



O público acompanhou a maioria das músicas, inclusive as mais novas, e berrou com toda força Champagne Supernova, Wonderwall e Don´t Look Back in Anger. A platéia pedia Live Forever nos intervalos entre as músicas mas não foi atendida.

Pontos positivos - iluminação do palco, o baterista Cris Sharrock, pontualidade
Pontos negativos - ajuste do som, a ausência de Bag It Up

De forma geral, foi um show muito bom e valeu o ingresso. Como dizem: It's just rock'n'roll!!

Manifestante

PS: fotos D.G.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Aqui tudo começa

Ao contrário do que o título pode supor, este blog não tem como objetivo persuadir, nem é uma declaração pública de princípios e intenções, e muito menos quer alertar sobre um problema ou fazer uma denúncia pública de um problema (menos ainda de cunho político).

É apenas um canal para expressar meu ponto de vista sobre assuntos variados. Ele dá forma as palavras que não foram ditas.

Não sei dizer a frequência das atualizações, minha boa intenção pretende fazer semanalmente, mas não sei se o tempo e a preguiça permitirão. Pode até ser a primeira e única postagem ...

Aqui você vai encontrar um pouco do que faz parte de mim - música, viagens, reflexões sobre a vida, fotos, frases do dia e até mesmo textos de outras pessoas.

E para começar, retribuo a gentileza com um texto lindo de uma pessoa mais que especial na minha vida e super talentosa com as palavras.

A vida é boa...sinto, constantemente, vontade de tocá-la, pegá-la com as duas mãos, olhá-la de frente!!!

O sol é bom quando não é de rachar, a chuva quando não devasta e todo ruído pode virar música. Ver, ouvir, saborear, tocar, cheirar...sucessão de felicidades, que muitas vezes não valorizamos. Mesmo os pesares, mesmo as dores, mesmo o cansaço, tudo isso tem um sabor de vida. Mesmo na dor a vida se apresenta cheia de cores, nuances e matizes.

Acho que somos "condenados" a viver, e então devemos viver avidamente. E qualquer vida é um canto de regozijo. E não se trata aqui de um otimismo fácil, ingênuo e cego. Tenho também meus momentos de cansaço, de cólera, de fastio, mas reina em mim uma vitalidade feliz, uma alegria de todo meu ser. Por que valorizar a vida só na sua fragilidade?

Quero celebrá-la sempre, fruir e deleitar-me com o fato de existir. Só viver...o que não é pouco! Não vale a pena o desgosto, a lassidão, o amargor, a neurose que mortifica. Vale a vida com toda sua grandeza.(E até com essa sombra do perecer). A morte é para todos e morre-se todos os dias, a cada instante de cada dia. A vida é pungente porque morre... dessa morte que escava, espera e ameaça. Saber viver é também saber perder, sofrer, e não quero um xarope de ilusão...Eu prefiro a verdade, ela é bonita demais!

D.G.