

Na literatura, define-se Manifesto como um texto de natureza dissertativa e persuasiva, uma declaração pública de princípios e intenções, que objetiva alertar um problema ou fazer a denúncia pública de um problema que está ocorrendo, normalmente de cunho político. O manifesto destina-se a declarar um ponto de vista, denúnciar um problema ou conclamar uma comunidade para uma determinada ação.
O primeiro disco que eu me lembro de ter gostado de verdade, e que influenciou meu gosto musical dali em diante, foi Nós Vamos Invadir sua Praia do Ultraje a Rigor. Isso lá em 1985. Na verdade, o disco era de um primo meu e eu peguei emprestado para gravar em fita K-7. A combinação de letras debochadas e rock and roll foi perfeita, num disco que praticamente todas músicas tocaram exaustivamente na rádio. Foi nessa época que deu um estalo na minha cabeça "é isso que eu gosto" e junto veio a vontade de aprender a tocar guitarra.
Outro disco que foi importante nessa fase inicial, e que ouvi até quase furar, foi O Concreto já Rachou da Plebe Rude. Esse sim comprado por mim e também de 1985. Era a época do "Rock Brasília, explode Brasil", a Legião Urbana já fazia algum sucesso mas eu preferia as letras contestadoras e as músicas mais pesadas e bem trabalhadas da Plebe. Depois vieram Led Zeppelin, Jimi Hendrix, Iron Maiden, U2, Guns and Roses, etc ..
Se não lembro do primeiro disco que comprei, me recordo perfeitamente do primeiro show. Acreditem ou não foi um show do Gilberto Gil na época da música Punk da Periferia. Os pais de um amigo meu iam ao show e nos chamaram para ir. Foi no ginásio Nilson Nelson e lembro bem como fiquei fascinado com aquilo tudo - o som, as luzes, o palco e a platéia.
Também me lembro bem do primeiro show que fui sozinho, foi um show dos Titãs na época da turnê Cabeça Dinossauro. Fiquei bem assustado, tanto o visual do palco como as músicas eram meio macabras, sinistras e agressivas. Foi a primeira vez que eu vi alguém cheirando loló, a primeira vez que vi alguém desmaiando de tanto fumar maconha e a primeira vez que vi uma porrada num show. Mas não fiquei traumatizado. kkkkk
E você, qual foi o primeiro disco que você comprou ou aquele que te deu o "estalo"? E qual foi o primeiro show?
Passei o carnaval deste ano na cidade de Goiás e tive a oportunidade de conhecer a obra de Dona Goiandira, uma artista plástica reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho de pintura com areia.
Logo que entrei no atelier surgiu uma senhora simpática e cheia de vida. Ainda não sabia, mas era a própria Dona Goiandira que veio dar as boas vindas e falar sobre a sua técnica. Lá pelas tantas ela comentou sobre uns franceses que vieram visitá-la (ou entrevistá-la, não me lembro exatamente), e já sabiam de quase tudo da sua vida por meio da internete, e soltou essa frase.
Ela tem razão. A internete é muito fofoqueira.
A cada dia cresce o número de casos de pessoas que tiveram sua vida pessoal invadida ou mesmo que tiveram perdas financeiras em razão de crimes cometidos pela internete. Os exemplos são vários: agressões por meio de comentários anônimos, divulgação de fotos e vídeos íntimos sem autorização, criação de perfis falsos e golpes financeiros.
Não estou questionando a internete em si como meio de comunicação e fonte de informações, cujos benefícios são evidentes e superam os pontos negativos, mas é óbvio que nossa privacidade ficou mais exposta desde seu advento. Qualquer um pode ter sua vida devassada hoje em dia. Com poucos dados é possível conseguir informações detalhadas sobre uma pessoa, onde estudou, local de trabalho, qual foi sua tese de mestrado, hobbies e quem sabe até uma foto.
Nós mesmos agimos como se tudo que está na internete fosse público, como se não houvesse um dono. Talvez porque a rede é difusa, não tem uma cara definida. Copiamos um texto aqui, uma foto ali e compartilhamos uma música acolá. Entretanto, muitas vezes somos inocentes com nossas próprias informações, como se nossa privacidade estivesse protegida. Preenchemos inúmeros cadastros, compartilhamos nosso endereço de e-mail e colocamos informações pessoais e fotos em sites de relacionamentos. Um prato cheio para pessoas invejosas e com más intenções e que se escondem na covardia do anonimato.
Se antigamente a fofoqueira ficava nas janelas das casas observando o movimento da rua e comentando sobre a vida alheia, com a internete ela está em todo lugar. Portanto, cuidado! Provavelmente tem uma fofoqueira te observando nesse momento.
:P
No caminho para o trabalho, tenho reparado que a faixa de maior velocidade no Eixão Norte é a da direita, e não a da esquerda como era de se supor! Até onde me recordo, o Código de Trânsito diz que a faixa da esquerda é destinada à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade. Imagino que as pessoas que ficam retendo o trânsito na faixa da esquerda devem pensar que têm esse direito por estarem dirigindo na velocidade máxima da pista (quando não em velocidade inferior). Se esquecem que o "apressadinho" que está no carro de trás pode estar levando algum doente ou grávida para o hospital, pode estar atrasado para uma reunião importante ou para buscar o filho na escolha, ou, simplesmente, se sente o piloto de corridas. Não importa o motivo, quem fiscaliza o trânsito é o Detran e não você. Vamos lá, não custa nada, dê passagem se o carro detrás estiver em maior velocidade.
Outro coisa enigmática é porque quase ninguém usa a seta, imagino que seja item opcional na maioria dos carros em circulação. A seta serve para indicar a intenção de virar ou de mudar de faixa. Seu uso facilita o trânsito e evita acidentes. Apenas para lembrar, a seta apenas indica intenção, e não dá o direito de mudar de faixa só porque foi usada. Eu garanto que sua mão não vai cair se você usá-la.
O sol é bom quando não é de rachar, a chuva quando não devasta e todo ruído pode virar música. Ver, ouvir, saborear, tocar, cheirar...sucessão de felicidades, que muitas vezes não valorizamos. Mesmo os pesares, mesmo as dores, mesmo o cansaço, tudo isso tem um sabor de vida. Mesmo na dor a vida se apresenta cheia de cores, nuances e matizes.
Acho que somos "condenados" a viver, e então devemos viver avidamente. E qualquer vida é um canto de regozijo. E não se trata aqui de um otimismo fácil, ingênuo e cego. Tenho também meus momentos de cansaço, de cólera, de fastio, mas reina em mim uma vitalidade feliz, uma alegria de todo meu ser. Por que valorizar a vida só na sua fragilidade?
Quero celebrá-la sempre, fruir e deleitar-me com o fato de existir. Só viver...o que não é pouco! Não vale a pena o desgosto, a lassidão, o amargor, a neurose que mortifica. Vale a vida com toda sua grandeza.(E até com essa sombra do perecer). A morte é para todos e morre-se todos os dias, a cada instante de cada dia. A vida é pungente porque morre... dessa morte que escava, espera e ameaça. Saber viver é também saber perder, sofrer, e não quero um xarope de ilusão...Eu prefiro a verdade, ela é bonita demais!
D.G.